Aborda a difícil relação entre intelectuais e poder. Autonomia da reflexão, compromisso com a verdade, responsabilidade cívica, agudo senso crítico em relação às instituições de poder, estas são algumas das funções atribuídas ao intelectual, figura nascida no bojo do projeto moderno de emancipação humana. A qualidade fundamental dessa categoria reside no exercício incessante da crítica como modo de aplicação da razão. A perda dessa especificidade degrada e corrompe sua atividade, transformando-o em apologeta de determinada ordem de coisas. Eis alguns contornos do complexo problema. No ensaio introdutório, as autoras levantam hipóteses provocadoras a respeito da questão, numa antecipação dos textos que se seguem, de autores clássicos, que a enfrentaram em diferentes momentos da História: Fichte, Ortega y Gasset, Benda, Sartre, Vittorini, Bobbio, Cerroni, Losurdo, Veca. Esses estudos expressam o debate que vai do final do século XVIII até nossos dias, mostrando o eterno dilema do trabalho intelectual.