Espírito livre e distinto, exemplo precoce da Viena dos Habsburgos, amigo de Rilke, Freud e dos grandes pacifistas europeus do período entre as duas guerras, humanista apaixonado vencido pelo nazismo, a figura de Stefan Zweig assombrou o século como uma nostalgia. Sua obra, uma pintura cheia de compreensão das mulheres e do amor, exploração dos sentimentos obscuros e dos segredos devastadores, encantou gerações com sua beleza sutil. Autor de Amok, Carta de uma desconhecida, A piedade perigosa, A confusão dos sentimentos, biógrafo de destinos sacrificados (Maria Antonieta, Maria Stuart, Dostoievski, Magellan) ou maléficos (Fouché), o escritor tem sua trajetória retratada na biografia STEFAN ZWEIG, lançamento da Editora Record, que editará no Brasil toda a obra de Zweig a partir do segundo semestre de 1999. Stefan Zweig nasceu em 1881, em Viena, filho de uma família burguesa. Fez seus primeiros estudos na Áustria, França e Alemanha, antes de se fixar em Salzburgo, em 1913. Seu primeiro trabalho, uma coletânea de poesias, foi publicado em 1901. Amigo de Rilke, Freud, Joyce, Mann e dos grandes pacifistas europeus do período entre as duas guerras, um humanista apaixonado vencido pelo nazismo, ele se refugia primeiro na Inglaterra, em 1934, e depois no Brasil, sem conseguir, porém, fugir de seus fantasmas. "Minha vida está destruída há anos, e eu me sinto feliz por poder sair de um mundo que se tornou cruel e louco", escreve ele a um amigo brasileiro, indicando a decisão drástica que viria tomar em 23 de fevereiro de 1942, quando, junto com sua segunda mulher, Lotte, toma uma dose mortal de veneno em sua casa em Petrópolis, cidade serrana do estado do Rio de Janeiro.