A obra é um autêntico happening. Há uma etiqueta, por exemplo, de livraria, que, querendo afastar a concorrência, imprimiu logo abaixo do nome da livraria: Não tem competência. É evidente que ele queria dizer que não havia competição, competidores. Em poucos minutos, abrindo o livro ao acaso, eu vi a desbocada etiqueta de um sebo chamado Sebos e Molhados, hilariante. Com uma capa digna de prêmio internacional, a obra singular e bela gratifica seus leitores com esta história das etiquetas de livrarias, contada pelo autor e trazendo a incrível coleção dessas diminutas peças pertencentes a Ubiratan Machado. São 468 páginas e o leitor, depois de abrir o livro, verifica, atônito e em êxtase, que acaba de descobrir um livro para 468 dias de leitura. Uma página por dia. Indo de etiqueta em etiqueta (e são centenas delas), com o interesse de um pesquisador e a fascinação visual de quem percorre a mais completa novidade já posta em suas mãos. O projeto gráfico, o layout é um atestado do gênio humano: como é possível criar tamanha harmonia com o número incontável de etiquetas exigindo presença em cada página. O presente volume, ricamente ilustrado, apresenta as etiquetas de livros utilizadas desde os primórdios até os dias atuais no Brasil. Por meio delas, são recompostas a história e a evolução de livrarias e leitores em diversas partes do país.