Como seu título indica, o presente livro tem por finalidade efetuar uma discussão sobre a "espinhosa" temática das relações entre ética e atividade científica. Para tanto, valemo-nos não apenas do cabedal de conhecimentos existente na literatura, mas também de nossas experiências como pesquisadores. Assim, acreditamos em uma balanceada mistura, entre embasamento filosófico, relatos de caso e discussões sobre os aspectos do dia-a-dia da atividade científica. Talvez, mais do que outras atividades humanas, a ciência, enquanto concepção teórica do mundo e enquanto prática de caráter utilitário que visa (ou deveria visar), em última instância, à melhoria das condições de vida, passou a carregar desde o renascimento, grande parte da esperança humana num futuro melhor. Ruim com ela e pior sem ela? Talvez... De qualquer forma, o casamento entre ciência e sociedade parece ser indissolúvel. Assim, cabe a todos aqueles que fazem da ciência uma profissão e, para alguns, mais do que isso, uma filosofia de vida, reunir esforços no sentido de que as esperanças da humanidade não sejam traídas. A ética tem, então, inevitavelmente, um papel de destaque a desempenhar como "mediadora", modeladora e direcionadora da atividade científica.