A história da escravidão foi escrita, na sua maior parte, a partir do ponto de vista da colonização, ou seja, dos dominadores. Nos últimos anos, no entanto, muitos historiadores voltaram-se para a recuperação destes fatos de um ponto de vista favorável aos dominados, às vezes excessivamente paternalista ou mesmo com marcas ideológicas que correm riscos de distorção e exagero. O que é claro é que esta redescoberta do "outro", do negro como ser humano, político e cultural permitiu um enriquecimento desta historiografia, o que permite, hoje, conhecer uma realidade que permanecia muda devido à falta de documentação escrita. É com esta rica abordagem que Ciro Flamarion Cardoso nos apresenta a escravidão no Novo Mundo.