Alforrias & Controles lança um olhar diferenciado sobre a formação continuada, evidenciando o modo como esse tipo de formação apareceu historicamente no Brasil. Situando-se na perspectiva pós-estruturalista da produção do conhecimento, a obra tece uma abordagem bastante peculiar da formação de professores. Apoiada no pensamento de Foucault, Deleuze e Bauman, dentre outros, apresenta-se uma instigante releitura de vários aspectos sociais, políticos e culturais que estiveram implicados nas transformações sofridas historicamente pela formação. No contexto dessa releitura, utiliza-se o conceito alforria para apresentar e problematizar a questão da formação de professores, além de descrever, de modo pouco convencional, a maneira como a formação continuada emerge e constitui-se como algo necessário e inevitável. A leitura da obra, especialmente pela perspectiva e pela abordagem peculiares, torna problemático esse tipo de formação, principalmente pelos seus efeitos políticos na vida e no trabalho do professorado e de todos aqueles que se encontram envolvidos pelas teias da formação continuada. Embora a obra tenha como foco a formação de professores, o modo abrangente e contextualizado como essa questão é tratada apresenta elementos reflexivos que podem ser úteis para pensar também as transformações que ocorreram e continuam ocorrendo na formação que se exige no âmbito dos mais variados campos de atividade.