Nascido em 1917, em Niterói (RJ), e falecido no Rio de Janeiro em 1997, Antonio Callado foi um verdadeiro militante do jornalismo e da literatura. Sua oposição ao regime militar custou-lhe a prisão, mas não se intimidou. Além de seu exemplo e ação, sua obra revela o compromisso político para com os excluídos da cidadania, muitas vezes contra seus próprios colegas de profissão. Principalmente naquela obra considerada por muitos a mais engajada da época, Quarup. Consciente de que "um escritor não muda a realidade com seus escritos", Antonio Callado tinha clareza sobre a importância do papel do escritor que, de forma coerente, poderia ajudar a melhor compreendê-la, condição indispensável para sua transformação. Exemplo disso é seu trabalho Vietnã do Norte - advertência aos agressores, resultado de cobertura que fez naquele país durante a guerra, trazendo para o Brasil preciosas informações da agressão imperialista ao povo vietnamita. Ligia Chiappini nos oferece um pequeno, mas precioso texto da vida e obra de um escritor-jornalista, cuja coerência e compromisso ético com sua profissão fez dele um exemplo raro na atualidade neoliberal.