«Testemunhas da Guerra» é o primeiro estudo sobre o modo como as crianças, «instrumentos-chave» dos planos raciais nazis, viveram a Segunda Guerra Mundial. Elas foram presas fáceis dos bombardeamentos, da guerra mecanizada, das políticas de fome, das fugas em massa e dos genocídios. Mas também participaram de forma activa no conflito, passando comida clandestinamente, colaborando com o mercado negro e cuidando de pais e irmãos doentes. À medida que iam absorvendo a nova realidade brutal da ocupação alemã, nas suas brincadeiras, rapazinhos polacos faziam de interrogadores da Gestapo e crianças judias de guardas dos guetos ou de oficiais da SS. A poucos dias da rendição da Alemanha, crianças alemãs brincavam aos soldados russos. Baseando-se numa vasta panóplia de novas fontes - desde ficheiros dos serviços sociais e médicos até diários privados, cartas e desenhos -, Nicholas Stargardt evoca perspectivas opostas e experiências contrastantes daqueles que se viram lançados no novo império colonial do Terceiro Reich. Crianças alemãs e judias, polacas e checoslovacas, ciganas e deficientes seriam separadas, por grupos raciais, entre aquelas que podiam mandar e as que estavam destinadas a servir; em última análise, entre aquelas que viveriam e as que estavam destinadas a servir.