O livro de Sandro Veronesi, "A força do passado", começa quando um tranqüilo quarentão que ganha a vida escrevendo livros para meninos é assediado por um taxista. O estranho demonstra conhecer detalhes de sua vida íntima, e o convence a ouvir uma história sem nexo: o pai do escritor, que morrera recentemente, não teria sido o general democrata cristão e beato que o filho sempre acreditou ser, mas um russo a serviço da KGB. Com muita habilidade, o autor consegue imprimir ritmo à narrativa, elaborada com tomadas de cenas espetaculares, seqüências de intrigas e suspense e passagens tragicômicas sobre a Itália de hoje, e, ao mesmo tempo, sugere ao leitor que a história que está sendo lida nada mais é que uma história do ser humano e de suas vivências mais profundas.