O público em geral, não familiarizado com as teorias que embasam a arte moderna, sente uma inabilidade técnica do artista quando se vê diante de uma pintura ou escultura "deformada", onde nada lhe parece familiar. A arte moderna surge caracterizando-se pelo divórcio entre o público e as obras ditas modernas. Nos tempos modernos, o espaço imaginário adquire uma importância fundamental na história da arte. A pintura tradicional, que dependia da observação de elementos organizados da natureza, é atraída pela desordem, variabilidade e casualidade. O conceito do Belo, que orienta os moldes acadêmicos e a tradição estética ocidental, é substituído pela apreciação da inovação técnica, dando origem a novos afrontamentos. A antropologia da arte nos ensinou que tanto o belo como o feio são relativos não somente a uma cultura, a uma sociedade, mas também a uma civilização. Este livro pretende dar ao leigo a possibilidade de entendimento de alguns aspectos históricos que atuaram na definição do espaço moderno. Não estamos diante de obras pré-estruturadas por conceitos definidos a priori, mas diante de objetos a serem definidos pela consciência de seu espectador.