A primeira edição do livro Manual de Pesca foi publicada em 1987, por ocasião do V Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca, em Fortaleza - CE. Agora, lança-se nova edição compreendendo a atualização dos conteúdos dos capítulos da edição anterior, inserindo-se alguns dados sobre o pescado brasileiro e novos capítulos.Nesta edição, o livro foi dividido em 3 volumes, sendo o volume I dedicado à Ciência e Tecnologia do Pescado, o II à Biologia e Aqüicultura e o volume III à Tecnologia Pesqueira.No volume 1, a parte sobre proteínas do pescado (Capítulo 4), especialmente os tópicos referentes às proteínas sarcoplasmáticas e miofibrilares, tiveram seus conteúdos totalmente reestruturados com inclusão de resultados de pesquisas atuais. No Capítulo 8 foram acrescentadas novas informações sobre rigor mortis, sobretudo no que se refere ao fato de algumas espécies de peixes desenvolverem o rigor mortis mais tardiamente quando estocados a 10ºC do que a 0ºC, esclarecendo-se o mecanismo de ocorrência deste fenômeno.Ainda no volume 1, foram incluídos tópicos sobre extrativos de pescado, destacando-se no Capítulo 4, o fato de alguns peixes do Rio Amazonas apresentarem conteúdo de óxido de trimetilamina superior a 100mg/100g, quantidade bastante elevada e incomum para peixes de água doce. Foram incluídos também assuntos não abordados na edição anterior como vitaminas, substâncias biologicamente ativas, aplicação de alta pressão para descongelamento de pescado, transporte de pescado vivo (peixes, lagosta e camarão), uso de irradiação para conservação do pescado e utilização de embalagens do tipo retort pouch..Atualmente, a preocupação das pessoas envolvidas com a atividade da pesca, a nível mundial, está voltada para a qualidade do pescado procurando-se atingir um padrão que garanta a sua comercialização em excelente estado de frescor. No Brasil, os parâmetros de qualidade do pescado ainda não são exigidos pelos consumidores e, basicamente, são classificados apenas em pescado comestível ou impróprio para o consumo humano. Entretanto, faz-se necessário mudar essa mentalidade para proporcionar melhores condições de competitividade para nossos produtos perante os mercados internacionais e ainda, a nível nacional, fornecer alimentos mais saudáveis aos consumidores brasileiros.Ainda nesta edição, estão inseridas algumas informações sobre “alta tecnologia” aplicada à pesca, no Volume III, e sobre biotecnologia relacionada à aqüicultura no Volume II, o que poderá contribuir sobremaneira no aumento da oferta de alimentos para a humanidade.A maior parte da superfície do globo terrestre é banhada por água urgindo portanto a necessidade de se explorar tal fato na produção de organismos aquáticos, em especial no Brasil, tendo em vista seu vasto litoral e grandes rios como o Amazonas, São Francisco, Paraná, Araguaia, Tocantins, além de reservatórios dulcícolas do Nordeste e Pantanal matogrossense. O uso racional desses recursos, positivamente, irá contribuir para a preservação de algumas espécies marinhas e de água doce, que atualmente acham-se comprometidas devido a pesca predatória e sobrepesca.