Em A árvore, sozinha em seu apartamento, a personagem A. dirige-se a um interlocutor desconhecido para fazer o relato de seu processo de metamorfose iniciado quando ela ganha uma pequena planta de sua vizinha do andar de cima. Certo dia, vendo-se presa à planta por um fio de cabelo ao tentar limpar sua estante, A. começa a observar seu corpo se transfigurar em planta e, em um fluxo de consciência, reflete sobre os aspectos extraordinários dessa viagem de reinvenção da vida. “Ha´ peças que querem ser lidas com os olhos. Outras, com o coração, ou mesmo com o fígado. Bem se sente que A árvore e´ uma peça para ser lida com os pulmões, a partir de um esforço consciente, desejante e ritmado de inspirar e expirar.” – Marici Saloma~o, dramaturga, jornalista e coordenadora do curso de Dramaturgia da SP Escola de Teatro.