Este trabalho é um misto de ensaio e imaginação. Denoto especial apreço à fantasia, atividade mental que estudiosos do comportamento humano designam ser livre das injunções socioculturais repressoras. Escrevi este livro impulsionado por um antigo desejo de propor e analisar, em algumas manifestações artísticas, o vínculo, sempre obscuro, entre erotismo e morte. Nas análises desenvolvidas, discuto o quanto essa relação é prenhe de tragicidade e divino, de agônico e hedônico. No interior dos discursos erotizados que permeiam a sociedade contemporânea, delimita-se a concepção de erotismo como a resultante do embate dialético entre o que, no ser, é contínuo e o que, no sujeito, é descontínuo, delimitação que abraço à luz das ideias de alguns estudiosos desse assunto, sobremaneira o pensador Georges Bataille. Na medida do possível, procurei desvencilhar meu texto de tons acadêmicos grandiloquentes. Doutrinas, olho-as de través. Cientificismos, espanto-me com a precisão da potência (...)