O título deste livro refere-se à imagem usada por um viajante estrangeiro no Brasil, para quem não haveria "uma flor" na senzala - não haveria amor, família, "nem esperanças nem recordações". Robert Slenes encontrou essa flor. Slenes discute a família escrava à luz da cultura africana, mas suas conclusões e métodos vão muito além do tema específico. Argumenta que tradições centro-africanas fundamentaram identidades e solidariedades que marcaram a luta de classes no Sudeste escravista. Muitos adeptos e estudiosos das tradições banto encontrarão aqui fogo bom para sua panela cultural. Além disso, essa meticulosa investigação dos sentidos culturais da família escrava é uma lição de método para quem pretenda estudar qualquer outra "tradição" da África em terras brasileiras. (João José Reis)