A presente publicação é oportuna em virtude da agência do capital contra a educação pública e gratuita, e das manifestações hostis à liberdade de cátedra e de pensamento nos campos da ciência, da tecnologia, da cultura e da arte. É preciso interpelar os significados da vertiginosa queda nos gastos públicos com ciência e tecnologia e com as universidades públicas, concomitantemente ao processo de financeirização da educação superior privada – a partir da indução estatal pelo Fundo de Financiamento Estudantil - Fies, especialmente a partir de 2010. A combinação do garroteamento das verbas públicas com a hipermercantilização da educação superior privada produz uma realidade que não está em continuidade linear com o período 1960 -2014. A particularidade da situação atual somente pode ser apreendida em sua complexidade por meio de ferramentas teóricas que possibilitem compreender, interpretar e explicar a particularidade do capitalismo dependente. Os acontecimentos atuais fazem as proposições teóricas de Florestan Fernandes reverberarem de modo amplo e intenso.