“Tenho quinze anos e estou vivendo como concubina de um homem a quem não amo, embora não saiba ainda nem o que é amar e nem o que é ser concubina. O nome do homem e Victor Matheus Teixeira, mais conhecido por Teixeirinha. Ele já foi meu ídolo. Tenho nove anos e estou tocando gaita em um comício para a campanha do novo Pai dos Pobres ao governo do Rio Grande do Sul. Meu avô, a única pessoa no mundo em quem posso acreditar, disse que sempre devemos lutar. Tenho quase quarenta anos e estou casando, finalmente. Vou iniciar com meu marido, Ivan Trilha, uma jornada que passará por vários países. Estou indo em busca de mim mesma e ao mesmo tempo estou fugindo. Tenho todas essas idades e estou com Deus. Já disseram que matei Teixeirinha, que sou uma oportunista e que fiz coisas quase tão ruins quanto aquelas que os outros me fizeram e que pretendia contar aqui. Jogaram minha vida no lixo e agora resolvi falar por mim mesma”