O livro aborda a questão da violência, segurança pública e direitos humanos revelando a interdisciplinaridade da temática e ressaltando como o controle social idealizado na idade moderna foi operacionalizado no Brasil, construindo um modelo ilegítimo de segurança pública. O processo referido culminou numa tensão entre violência e direitos humanos expressos, especialmente, na cultura do medo, tão presente nos sentimentos de insegurança relatados pela população. A complexidade da sociedade no contexto pós-moderno, a globalização dos problemas – inclusive em termos de segurança pública –, vislumbrada em exemplos como os da criminalidade sem fronteiras, recoloca a necessidade de se refletir seriamente sobre a interdependência entre os conceitos de paz, democracia e direitos humanos, em busca de respostas que na agenda político-social priorizem os direitos humanos como verdadeiros fundamentos para as políticas de prevenção de conflitos e de gestão de crises no campo da segurança pública.