Em 2006, ..., a Arlete Giovani veio falar comigo e me disse que tinha curiosidade de ler algum texto meu em prosa. Fui para casa e escrevi Concerto para contrabaixo, e algo me iluminou. Me dei conta do quanto a música é e sempre foi presente na minha vida. Nos tangos que meu pai cantava pela casa, nos bailes em que viravam as festas de família, nos velhos discos de 78 rpm que eu ouvia quando garoto e no violão e no saxofone que fui aprender a tocar depois de velho. A vida tem,sim, uma trilha sonora. Cada um tem a sua. Nossos amores e nossas dores-de-cotovelo estão aí mesmo pra confirmar. De cara, quando estava escrevendo o conto, me veio à cabeça uma sucessão de títulos que imediatamente listei e que compõem o sumário deste livro. Fui cumprindo um a um, tão dentro de mim já estavam, não necessariamente na ordem em que concebi, acrescentando outros que me vieram. [...]