Algumas coisas são certas ou erradas independente das consequências que produzam. Inverter essa lógica, para buscar vantagem pessoal ou o maior benefício para maior número de pessoas, pode não ser eticamente justificável, e, desse modo, torna referidas ações injustas. É com base nessa premissa inicial que a presente obra se propõe a investigar em que medida um governo deve garantir que alguns bens sejam distribuídos na sociedade de modo que todas as pessoas possam suprir suas necessidades com um nível razoável de recursos materiais. O enfoque da obra toma como referência a noção de propriedade e investiga se essa noção compreende uma parcela mínima de bens devida a todos. Na sequência dos capítulos, a partir da relação entre os conceitos de propriedade rural, desenvolvimento e pobreza, o texto analisa algumas concepções fundamentais de justiça, dentre as quais destacam-se as seguintes. A primeira, baseada na busca das satisfações humanas e maximização dos resultados. A segunda, que toma como elemento essencial o direito do homem de desfrutar dos frutos do próprio trabalho. E a terceira, que tem enfoque no pressuposto de que todos os indivíduos sejam merecedores de respeito e consideração. Fatalmente, podemos não ser capazes de identificar, sem alguma dose de arbitrariedade, qual das proposições deveria prevalecer.