Este livro procura estabelecer relações entre a produção antropológica e as políticas públicas de patrimônio cultural imaterial no Brasil; em uma démarche histórica e analítica que vai da noção de patrimônio cultural à questão da salvaguarda. A abordagem etnográfica aqui apresentada analisa os modos de apropriação do registro do ofício das paneleiras de Goiabeiras como Patrimônio Cultural do Brasil, considerando os sujeitos sociais envolvidos nesse processo. Interessou-me compreender como foram construídas e interpretadas as referências às origens desse artefato cerâmico e ao saber enraizado na comunidade das paneleiras, a participação assimétrica no processo de registro, o aumento da produção e mercantilização crescente, além dos problemas de gestão e conflitos internos e externos a associação das paneleiras.