Ler Neruda é ouvir o universo em seus segredos. Compreendê-lo, a ponto de fazer ecoar o seu canto, é privilégio dos poetas que trazem n´alma a amplitude e o saber de todos os sons. Diogenes da Cunha Lima, um poeta de sensível e rica originalidade, depois de responder às perguntas de Neruda em O livro das respostas, surge com uma entrevista imaginária inesperada e desconcertante, resultando em um encontro lírico. A poesia hermética e complexa de Neruda dialoga, humana, com a poesia sensível de Os pássaros da memória (1994). Chile e Brasil merecem um encontro desses, um poema-livro, cósmico como um verso de Neruda, musical como um de Diogenes.