O livro realiza dentro de uma perspectiva teórico-histórica, uma investigação psicanalítica sobre os grandes grupos da contemporaneidade. Inicialmente se debruça sobre as dicotomias que polarizaram as relações indivíduo-sociedade nos séculos XIX e XX, criticando o individualismo moderno para, em seguida, com o auxílio da sociologia, apresentar visões mais integradas dessas relações. Na sequência, dedica-se ao surgimento da psicologia das multidões na França no século XIX, passando à investigação da sociedade de massas, da psicologia das massas freudiana, característica do século XX, até chegar aos grandes grupos no século XXI. Tendo como pano de fundo as mudanças no contexto sócio-cultural ocorridas ao longo desses séculos revela como foram sendo construídas diferentes visões sobre um mesmo tema - as multidões/as massas/os grandes grupos - processo que, no momento atual, privilegia a discussão do conceito de inconsciente social. O inconsciente social vem se constituindo como importante ferramenta teórico-clínica nas investigações sobre conflitos entre grandes grupos, traumas massivos e transmissão psíquica transgeracional em sociedades.