Toda a obra de J.-K. Huysmans (1848-1907) pode ser lida como uma odisseia espiritual em tempos dominados pelo materialismo. Em seu romance, Nas profundezas (Là-bas, 1891), lançado agora no Brasil em tradução inédita de Mauro Pinheiro, o escritor voltou-se para um assunto que desafiava a racionalidade científica e vinha despertando interesse entre alguns setores da sociedade francesa: o satanismo. Que época estranha!, observe um personagem. Justamente no momento em que o positivismo atinge seu auge, o misticismo desperta e inicia as loucuras do oculto! A edição da CARAMBAIA de Nas profundezas traz posfácio de Pedro Paulo Catharina, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Société Huysmans. O projeto gráfico de Lucas Blat faz alusão à missa satânica e à hóstia sagrada,