Luis Buñuel definiu Meu último suspiro como um livro "semibiográfico". Por não se considerar um "homem da escrita", chamou seu constante colaborador em filmes, Jean-Claude Carrière, para auxiliá-lo neste grande roteiro que retrata a origem, os erros e acertos, as dúvidas e certezas do cineasta que levou o surrealismo ao cinema, em parceria com nomes como Salvador Dalí e Garcia Lorca. Escrito no início da década de 1980, o livro logo se destacou pela irreverência e diferente narrativa, segundo o autor, "uma narrativa inesperada, um retrato meu, com minhas afirmações, hesitações, repetições e brancos, com minhas verdades e minhas mentiras; para resumir: minha memória". Esta nova edição, traduzida por André Telles diretamente do original francês, tem como grande novidade a inserção de imagens inéditas do acervo pessoal do cineasta, com seleção feita pelos próprios Buñuel e Carrière, cedidas por seu filho Juan Luis Buñuel.