O diagnóstico de estado limite invadiu a psicopatologia há cerca de vinte anos. Paradoxalmente, este termo, nascido da experiência psicanalítica, serviu para uma crítica profunda da clinica freudiana das psicoses, das neuroses e das perversões. Do lado dos psicanalistas franceses, a exigência de um rigor metapsicológico conduziu a elaborações teóricas novas (J. Bergeret, A.Green) que vão muito além da fina descrição clinica dos autores anglo-saxões (entre os quais, principalmente O. Kernberg), ao passo que, depois de Lacan, alguns contestam radicalmente o uso psicanalítico deste diagnóstico não-estrutural. Aqui, o autor, apoiando-se tanto no caso do Homem dos lobos, de Freud, quanto na teoria do sinthoma, de Lacan, e em sua própria clínica, de adolescentes e de jovens adultos em particular, propõe conceber este estado limite do sujeito como um estado da estrutura, não como uma estrutura clinica especifica. Ao encontro das elaborações freudiana e lacaniana e da clínica destes estados, ele propõe uma modelização topológica que o leva a pensar as mudanças possíveis do sinthoma.