A desregulamentação, a modernização das infra-estruturas, a adoção de novos padrões de gestão e a reforma institucional das redes de comunicação e de transporte, acontecidos ao longo da década passada, constituíram instrumentos privilegiados para a re-qualificação das bases produtivas e dos arranjos institucionais da economia mundial, nacional e local. Com a finalidade de promover a chamada "inserção competitiva na globalização", novos conceitos e novos métodos de planejamento foram propostos e desenvolvidos pelos governos nacionais, incluindo ambiciosos projetos de investimentos nas áreas da logística e dos transportes. Paralelamente, as administrações locais outorgaram uma atenção crescente a sua inserção nas redes logísticas nacionais, macro-regionais e mundiais, através da implementação de modernos instrumentos de captação de fluxos materiais e imateriais. Ou seja, uma ênfase cada vez maior tem sido dada à logística e ao território nas políticas públicas de Desenvolvimento Local. O território, sobretudo o território metropolitano, re-adquire assim sua centralidade, mediante a capacidade de impulsionar projetos de mobilização de recursos sociais, técnicos e institucionais, e de integrar progressivamente as esferas de produção e consumo através da circulação. Neste âmbito, uma concepção inovadora da logística, concebida como processo de constituição de um espaço público e produtivo de circulação, abre perspectivas para formas mais integradas e sustentáveis de desenvolvimento dos territórios. As contribuições deste livro abordam justamente a problemática das interfaces entre globalização, território, logística e desenvolvimento local.