Espelho. Nós entre atravessamentos. No fundo do escuro. Em suas mãos, o primeiro livro editado de Maíra Fernandes de Melo, poeta duplamente taurina, pensadora de forte sensibilidade das profundezas da arte (e) da vida. Mas não pense que há peso (apenas), por ser tão funda. Abra-se ao delírio, ao impulso e voo, às marés noturnas insones, às gatas no cio, às relhas e também à força das placas tectônicas. Maíra escolhe não temer diante do abismo. E nos convida ao salto. Para dentro de si, nos levando ao confronto de nós mesmxs. Sombra e luz e às vezes essa ausência. A cada poema, retratos e retalhos cotidianos de gente que [] sabe/que a noite pode ser um sol horrendo, de quem sobrevive às noites geladas de inferno. Dentro desse mergulho de quem desce para o play, há as vidas de gente z e gente y, há também acenos a Piva, Tieta, Agualusa, z e Zumbi, Florbela, Ginsberg e Camões, junto a -inas, -atos e -pam. [...]