No ápice do debate sobre a implementação de políticas baseadas em critérios raciais para a admissão de estudantes em universidades públicas, o livro 'Reconhecimento, utopia, distopia: os sentidos da política de cotas raciais' inova. Fazendo uso do arcabouço conceitual oferecido pela teoria do reconhecimento e pelo multiculturalismo, analisa relatos de estudantes beneficiados pelas cotas e nos faz pensar nos modos como a enorme discussão sobre o tema traduz mais uma das facetas do imaginário social em torno de raças e cores, no Brasil. Ao associar as 'cotas' com discursos sobre utopias, distopias, desejos, ressentimentos, relações causais e teorias da justiça, a cada capítulo somos apresentados à questões inquietantes com respostas criativas que fazem com que o livro seja leitura obrigatória para quem quer compreender a dimensão da política de cotas raciais como parte de um projeto político de transformação social, para uns; caos, para outros; ou como uma simples acomodação, para os demais.