Obra sobre o desespero do homem que se descobre na vida como engrenagem num maquinário. Alterna entre o constante sentimento de inadequação entre o ser e a opressão da passagem do tempo, que empurra-nos todos para a morte certa. Mescla resignação, escárnio e histeria ante a falta de liberdade do indivíduo, gradualmente desumanizado por sua própria humanidade. O Absurdo da obra é traduzido pela angústia existencial, quando o poeta se vê incapaz de participar ou de compreender os valores e convenções a que é submetido, uma vez que percebe a existência como sendo, ao mesmo tempo, natural, inevitável e Absurda. O conflito e as ambiguidades ocupam o palco principal, quando, através de um mergulho profundo na reflexão e na loucura, o eu-lírico atira-se em busca de um sentido oculto na existência de si e do mundo que o cerca, buscando sentir e viver.