Lugar para encontrar com o Cássio é o centro de São Paulo. Sentei com ele num daqueles cafés com mesas na calçada na praça Roosevelt à noitinha para conversar sobre este livro. Ali nos pusemos a caminhar com as palavras pelas ruas de cada poema da cidade que habita o Cássio. Um homem que catava latinhas chegou perto de nossa mesa e disse: eu estou vivo! EU ESTOU VIVO! eu estou vi-vo! nos olhando com o semblante bem aberto, então a cidade que habita o Cássio encontrou a cidade que o Cássio habita. Nesta cidade há vida. Nas ruas com as pessoas que moram nelas, no prédio que cai com mães e filhos dentro, nas praças com pombas e santos-mendigos, no uniforme de escola sujo de sangue do menino, no PF que os padres comem suando, na decadência de madames e na bicicleta de mocinhas de classe média metidas a despojadas. Há vida até nos shoppings e clubes de socialite, cada qual com sua miséria. Cássio Corrêa uiva junto aos poetas para furar os tímpanos do cotidiano viciado. [...]