É difícil deixar de pensar que o supervisor abriga para si uma proteção paterna de seus iniciantes ao mundo do trabalho. Depois de anos de bancos escolares se apresenta uma nova realidade que exige uma reinvenção de si por parte do estagiário que está sendo convocado ao mundo dos adultos. Acabaram-se as simulações práticas colocadas ao longo do curso. O conflito e o sofrimento da clientela, tanto de pessoas como de instituições é real! E elas esperam uma intervenção real! É evidente que não temos o direito ao desespero que a demanda do outro provoca. O supervisor não pode perder de vista que o seu objetivo precípuo é a formação de seu aluno. A carga que este deve carregar deve ser proporcional as suas possibilidades. Por omissões de muitos, principalmente do poder público, as instituições de estagio das universidades tem sido exigidas muitas vezes para além de sua ambição e propósito. Mas diante do pessimismo das impossibilidades e impotências deve imperar o otimismo da vontade. Assim sendo, é imprescindível uma relação solidária entre supervisor e estagiário a fim de atenuar as dificuldades implícitas na ação. Por todas estas razões este livro é oportuno. Ele pretende pensar a prática que estamos fazendo, a relação entre supervisor e estagiário, além de como se estabelece o vínculo entre as instituições participantes no estágio.