O cotidiano das pessoas é tão imprevisível e surpreendente que não há quem nunca tenha pensado em colocar no papel suas vivências. Neste seu livro de contos, Ruth Lifschits mostra-se mestra na arte de registrar acontecimentos e sentimentos, oferecendo aos seus leitores a chance de se identificar e compreender melhor a essência do ser humano. Sua memória é tão vívida e nítida que tudo parece que aconteceu ontem. São particularmente sensíveis e atentos ao detalhe os contos que envolvem perda como A Demora, em que descreve sua amizade com um tipo caladão, Seu Zezinho. Ou a perda de Helena, aquela empregada que já faz parte da família, diz o dramaturgo Flávio Marinho na apresentação da obra.