Com base em informações extraídas dos processos censórios existentes no arquivo Miroel Silveira, da ECA-USP, e na Torre do Tombo, em Portugal, Cristina Costa mostra a íntima relação que existiu entre o Estado Novo de Getúlio Vargas e o de António de Oliveira Salazar. A cumplicidade política e os acordos bilaterais influenciavam o que acontecia nos palcos, nas políticas culturais e nos órgãos censórios. Enquanto os palcos apresentavam-se repletos de influências de companhias portuguesas, ainda que houvesse certo repúdio dos modernistas que se contrapunham à imitação de modelos, Vargas importava de Portugal o modelo de controle da expressão artística que veio a aplicar o Departamento de Imprensa e Propaganda - o DIP, como testemunham documentos existentes nos dois países. Neste livro, a autora traça também um quadro cronológico sucinto da presença do teatro no Brasil e suas relações com Portugal.