Amanhã eu vou, amanhã eu vou... ...era o canto procrastinador do curiango a guiar o sonho de Leila. Sonho? Ela não consegue afirmar se foi sonho, lembrança ou invenção de sua mente. O que sabe é que, de repente, acorda em uma realidade em que se vê num espelho como uma mulher adulta, enquanto na sua mente ela é apenas uma menina de onze anos. Não são só lembranças que se embaralham e se confundem, é a realidade e o tempo presente que parecem não fazer mais sentido. Como foi dormir menina e acordou mulher? É a pergunta que norteia a história de Leila, e é a partir dos retalhos de recordações da sua infância que ela inicia a busca pelo real motivo que provocou essa lacuna de vinte e dois anos na sua memória capenga.