Se fosse possível eleger um tema para este livro, seria a expressão e exposição do eu que escreve: suas vivências e seus sentimentos. As imagens que habitam estes versos são capturadas a partir da posição única e não intercambiável do sujeito no mundo, revelando, ao final, uma província ou um eu em sua contingência e universalidade. É que a chuva que cai no leito do Rio Capibaribe é a mesma e vária chuva que ocupou, uma outra vez, os versos de Vallejo e Gullar, provocando uma reflexão poética sobre a existência. Igualmente, o campo ou o bairro acusam o topos geográfico a que se liga a poeta, mas, antes de confinar o seu estar-no-mundo, infundem-lhe o sentido metafísico do tempo (o nosso tempo é o enquanto) e do espaço (no centro de lugar nenhum (...)/a plenitude do vazio) e as questões últimas que o pensamento se impõe como em morro na medida em que tenho consciência de morrer.