Tudo faz tanto tempo une presente, passado, memória e linguagem poética, a fim de reelaborar os territórios da realidade pela arte. Nesse percurso, é possível descobrir outros caminhos, viagens, leituras e canções que acabam por mostrar que existe um tempo plural que transcende calendários, relógios ou liturgias: é o tempo da poesia. Noite e dia eram as únicas medições regulares de tempo, antes de relógios e calendários. Mas o tempo que surge em um livro de poesia não é o tempo absoluto e imperturbável, de Newton, ou o tempo como medida de mudança, de Aristóteles. Há o tempo da ciência, da filosofia e o tempo da arte e da poesia. O tempo em um livro de poesia é feito de camadas, cores, telas, superfícies sobrepostas. Um tempo de fragmentos de imagens, sons, silêncios, ritmos e sentidos em rede. Tudo faz tanto tempo pulsa no ritmo dos percursos de leitura, em diferentes velocidades, nas palavras que levam, embalam, despertam e provocam. No balanço que embala a leitura (...)