Nesta obra, o filósofo Paul Nizan se engaja de corpo e alma numa viagem à Arábia que na verdade é uma viagem de descobrimento interno. Tolhido numa Europa estreita, colonialista, deprimida e sobre a qual pairam os prenúncios de um novo conflito a partir das cinzas ainda fumegantes da Primeira Guerra Mundial, além de um mal-estar evidente frente aos problemas ideológicos que assolam a União Soviética e o ideário comunista de que era adepto, Nizan larga tudo, pega um navio rumo a Áden, protetorado britânico na confluência do mar Vermelho e do mar Arábico, em empreendimento de limpeza de alma que seu amigo do peito e cúmplice de todas as horas Sartre não hesita em chamar de fuga, suicídio, etc., no pungente libelo à amizade que serve de prefácio a esta obra e que demonstra, ao mesmo tempo, uma desconfortável incompreensão diante da última tentação, a derradeira tentativa para achar uma saída individual. A última fuga, também de seu amigo, que não digeriu o colonialismo in loco, mas passaria mais mal ainda ao retornar às origens, para no final sucumbir sob as balas ideológicas e também muito reais de mais uma dessas guerras que o homem ocidental sabe tão bem manusear.Nesta obra, que se tornou um classico da literatura de viagem, o filosofo Paul Nizan se engaja de corpo e alma numa viagem ate a Arabia, que na verdade e uma viagem ao descobrimento interior. O famoso prefacio-homenagem de Jean-Paul Sartre (quase um livro dentro do livro) virou referencia da contracultura nos anos 1960.