Jorge D’Oliveira, que sempre foi um sujeito de poucas palavras faladas oralmente, é um poeta que arrisca trabalhar em versos o que há de mais íntimo, tal como os descalabros que percebe no mundo exterior. A escrita sempre foi a sua fuga, a sua forma de expor seus sentimentos e pensamentos. Tinha 9 anos quando o golpe militar ocorreu. Escrevia o que estava explodindo no peito. Em Galerias Subterrâneas, dialogam galantes floreios, exaltações amorosas, cheiros marcantes, belezas deslumbrantes e críticas mordazes à sociedade. Os poemas possuem musicalidade própria, utilizando-se do som e da cadência das palavras para dar melhor ênfase ao objeto que enfocam. Se há acidez aos aspectos negativos da nossa sociedade, não falta lirismo e você vai se encantar, ora com os temas sociais, ora com a exaltação do amor que afloram nestas páginas.