Inspirado no Abecedário de Gilles Deleuze, este livro se propõe a criar um abecedário a partir de palavras propostas pelo processo de pesquisar. A proposta é afirmar um modo especial de pesquisar, relacionando-o a um processo de produzir fissuras no duro gelo das subjetivações instituídas, um quebra-cabeça por cujas fendas possíveis se deixe entrever aquilo que é denominado de pensamento. Para tanto, se buscou o encontro de parcerias no território nacional na busca constituir o livro como obra de um coletivo, tecido por uma pequena multidão de amigos e colegas pesquisadores. Os verbetes foram escolhidos como emergentes dos atos de pesquisar, traduzidos em verbos no infinitivo, a serem conjugados nos "usos" e na pragmática da pesquisa científica. Eis o Abecedário, resultado da construção de ideias que abrem potências e caminhos para a pesquisa por trilhas de insurgência contra os percursos dominantes e tradicionais. A proposta de construí-lo emerge de debates feitos no coletivo "Subjetividade, conhecimento e práticas sociais", um dos GTs da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), grupo que se afirma pela produção do conhecimento como prática conectada à vida, guiada pela possibilidade do devir e pela potência da diferença.