O encontro parece ser uma das condições fundamentais da Antropologia. Antropólogos constantemente atualizam tal ethos, por meio do trabalho de campo. Aquilo que oferecem ao leitor, espera-se, é também um produto do cruzamento: o etnógrafo com o povo que estuda; o acadêmico com a disciplina da qual faz parte; aquilo que queremos descobrir com os meios para fazê-lo. O livro de Leif Grünewald nos oferece uma leitura intensiva do encontro. Baseado em seu trabalho de campo entre os Ayoreo do Chaco Paraguaio, e em documentação histórica sobre as missões salesianas estabelecidas na região, o livro busca compreender as premissas ontológicas que informaram, formaram e delinearam o encontro entre os Ayoreo e os Padres. Grünewald nos conduz a uma abordagem que, por meio de uma incursão nas perspectivas criadoras desta relação, procura respeitar a integridade analítica de cada uma delas, tomando posse de todas as consequências teóricas dessa posição.