O drama do infeliz padre cuja consequência da auto flagelação desencadeia um processo incontrolável de histeria religiosa, é acompanhado por outras histórias, nas quais o passado representa um ônus que ora merece perdão, ora um desejo nem sempre atendido de compreensão. Em alguns contos a experiência médica do autor descreve o outro lado da doença, como na mulher com o transtorno bipolar que emerge da expressão para ter sucesso com seu comportamento maníaco. A crítica social foi convocada no caso do idoso que recorre ao PROCON para queixar-se de sua esposa. A paixão nos tempos em que as paixões obedeciam a regras rígidas, é retratada no cenário da crise que levou Getúlio ao suicídio. O conto que dá título ao livro, A Menina que Lavava os Cabelos, é um doce relato de ingenuidade, da ignorância imposta e de valores morais que brotam mesmo no desconforto e na pobreza.