Se atentarmos para a relação discurso/memória, podemos pensar que, desde muito pequenos, pela palavra, somos envolvidos em dinâmicas de lembrança. A mãe, o pai e outros adultos falam constantemente às crianças: "Você se lembra de...? Lembra quando você foi...? Onde você deixou ...?" Em dinâmicas de interações, condensando situações passadas e presentes, na/pela linguagem, nas palavras dos outros que significam (para eles) e passam a atribuir significado ao passado (para nós), vão emergindo lembranças. Quantas dessas lembranças que se vão formando não serão idéias que as crianças vão fazendo do que as palavras produzem nelas? Quantas de nossas lembranças não serão lembranças dos outros? Onde está o limite entre as nossas lembranças e as lembranças dos outros?