Este quarto volume, encerra a série dessas “Leituras em teoria da arquitetura” e completa a tarefa proposta de suscitar interpretações fragmentárias que componham um dos caminhos entre tantas “Leituras possíveis” do complexo de pensamentos que alimenta a teoria contemporânea da arquitetura. Sob a égide da palavra “autores” este tomo persegue a figura mesma do tecelão, daquele que - ao articular conceitos, produzindo textos e produzindo objetos – faz crescer a malha infinita da teoria da arquitetura. Concluindo assim o ciclo de livros com um retorno ao começo da série. Para além da diversidade dos conteúdos dos discursos de que tratam os textos aqui reunidos, sua justaposição permite ensaiar a definição de alguns aspectos relativos ao “gênero literário” praticado pelos arquitetos – autores em questão. As personagens que tematizam os capítulos deste livro gozam da dupla condição de escritores de textos sobre arquitetônicas. Por trás desses dois afazeres revela-se a vontade de assegurar aos seus desígnios e escritos o atributo da autoridade. De Vitrúvio a Rem Koolhaas as questões de autoria e anonimato, individualismo e coletivismo, autoridade e justificação têm sido revisitadas com imprecisa obstinação. As leituras aqui expostas unem-se por isso num ambíguo labor: detectar a singularidade dos aportes individuais dos personagens analisados já contaminados de seus respectivos mundos pessoais, a partir de um olhar também subjetivo – o das própias eleições discursivas e afinidades teóricas. Da leitura mais politizada às narrativas mais poéticas, da abordagem biográfica à análise mais conceitual, também aqui nossos autores/convidados evidenciam sua dimensão autobiográfica. Como não poderia deixar de ser.