Concebido no calor da hora, O templo merece lugar entre os grandes livros do período entre as duas guerras mundiais do século XX. Neste romance largamente autobiográfico, que começou a tomar forma em 1929 mas só foi publicado apenas em 1988, cruzam-se a inquietação erótica, literária, política do jovem Stephen Spender e a singularidade de um momento histórico a República de Weimar em que uma inédita liberdade de costumes florescia à sombra do nazismo já rampante. Crônica ficcional de um verão passado na Alemanha, em companhia dos amigos e escritores W. H. Auden e Christopher Isherwood, bem como do fotógrafo Herbert List, O templo começa como um romance de descoberta, de coming-out homossexual ao mesmo tempo que retoma, em nova chave, a linhagem do romance de formação. Deixando a Inglaterra para trás, seu protagonista vive uma série de experiências que lhe abrem as portas, até então estritamente cerradas, do corpo e do prazer, longe da culpa e da censura. Mas, ao fio das páginas [...]