A ordem jurídica com viés emancipatório está seriamente ameaçada. Os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais não se alçam à ribalta dos novos parlamentos e órgãos da administração pública, muitas vezes das sentenças judiciais, pois a civilização parece inclinada a redescobrir o homem livre e autônomo, não importando se tal sujeito de direitos habita um segmento menor do tecido social. As inflexões promovidas em normas que regulam as antigas formas de produção – para fazê-las ambientadas em uma ilusória relação entre iguais, ademais de, timidamente, darem novas cores à expressão puramente econômica do direito laboral e, assim, libertá-lo da perspectiva existencial – funcionam como um freio resiliente à demanda civilizatória. Imerso em um mundo e em um país que atavicamente se deixam seduzir pela pauta renascentista, ou da primeira Iluminação, com indisfarçado menosprezo aos avanços da civilização, este livro traduz o esforço de identificar, na ordem jurídica universal, os fundamentos de Direitos Humanos a serem inevitavelmente considerados pela atividade política, jurídica, econômica e de interação social. O universo de pesquisa empírica são as relações de trabalho e toda ela se desenvolveu a partir das reformas engendradas na legislação brasileira em 2017.