Existe só uma mundialização? Os verdadeiros mundialistas são aqueles de quem se fala? Podemos tolerar por mais tempo a escandalosa mistificação daqueles que, pretendendo começar por abrir o mundo aos assaltos da sua própria cupidez, conseguem fazer-se passar por "mundialistas", enquanto aqueles que se opõem aos seus intentos são rotulados de "antimundialistas"? Contudo, o sentido das palavras é claro: o verdadeiro mundialismo, longe de se definir em relação ao campo da finança, visa realizar "a unidade da comunidade humana" (Robert). Este livro descreve e denuncia vigorosamente os mecanismos e os objectivos da "mundialização predadora", que oferece o mundo à "rapacidade da finança". Evidencia as suas consequências catastróficas para os homens e as mulheres do planeta. Expõe também os princípios de um verdadeiro mundialismo que colocaria a mundialização "ao serviço da comunidade humana" e lança os critérios de uma outra racionalidade baseada nos imperativos desta finalidade. É, evidentemente, esse mundialismo que o autor pretende elogiar e é esse que reivindica sem ambiguidades.RENÉ PASSET, professor emérito de Ciências Económicas na Sorbonne, é também presidente do conselho científico da associação ATTAC (Associação para a taxação das transacções financeiras para ajuda aos cidadãos). Colabora regularmente na revista Transversales bem como no Le Monde diplomatique.