O presente livro é o resultado de uma delicada, intensa e apaixonante experiência de estudantes (de graduação e pós), profissionais e professores com pessoas em sofrimento psíquico grave que fazem suas primeiras crises psíquicas ou estão em sofrimento constante, em diferentes contextos de nossa realidade, e demandam serviços diversos, da psiquiatria, da psicologia, do serviço social, das terapias psicossociais, das instituições, das cidades, da vida, e estão no mundo, viventes... Partindo re reflexões, estudos, pesquisas e experiências, filosófica e pragmaticamente fundamentadas, buscamos apresentar o sofrimento humano em geral, e o psíquico em particular, em algumas das muitas de suas dimensões de manifestações ou acontecimento, da clínica individual à sua relação com a cidade, com o urbano, enfim, com a vida como ela é. A partir de uma visão ampla, realizamos leituras e problematizações clínicas sobre crise psíquica, loucura, saúde mental, intervenções em crise, enquanto políticas públicas de formação ou de saúde, em nossa realidade brasileira. Para isto, os paradigmas da intervenção precoce, da intervenção em crise contribuem para um direcionamento possível para lidar com estas dimensões. Eis o motivo de levarmos esta discussão até a fenomenologia para poder falar de (alguns) sofrimentos na contemporaneidade. Desta feita, temas como cuidado, ética, convivência, clínica, crise, psicose, diálogo multidisciplinar, intervenções, psicanálise, vínculos, famílias, suicpidio, patologias sociais, transtornos psicossociais, cidade e espaço urbano permeiam os capítulos do presente livro num esforço rico e provocador de múltiplas e cada cada vez mais problematizações. Por se constituir numa elaboração que vem se desenvolvendo há 13 longos anos, a temática central do GIPSI, deste livro, e em geral, da humanidade, aponta para aprofundarmos a discussão acerca do Sofrimento Psíquico e do Cuidado Humanos em nossa vida cotidiana atual. Que os textos aqui coligidos contribuam para os interessados na área aprimorar seus conhecimentos e estimular o estudo e a implantação de serviços como o que estamos construindo e, primordialmente, a levar os questionamentos sobre as dores ou os sofrimentos humanos, aqui denominados de sofrimento psíquico grave, para uma verdadeira cultura de cuidado e atenção, de uma pessoa a uma cidade. Defendendo, desde já e de pronto, a necessidade de uma Fenomenologia da Clínica, do Sofrimento Psíquico e do Cuidado Humanos, próximos desafios... Sejam bem-vindo (a) s!