Por que e para que estudar a África?", pergunta a autora na introdução desta obra, que elucida aspectos fundamentais da historia da língua inglesa no continente africano - uma historia do passado que se reafirma no presente, quando a língua inglesa, antes atrelada ao imperialismo britânico e trabalhada como ferramenta do colonialismo, é fortalecida no pós-independência das colônias e dos protetorados, ao ganhar status de língua oficial. Partindo da desconstrução de um conceito estereotipado de África, autora explica que as reflexões apresentadas neste livro 'são norteadas por uma ética ligada à subversão de discursos que inventaram uma África débil e servil, mais especificamente de um discurso que infere a inevitável superioridade da língua inglesa em relação às línguas africanas autóctones". Em contrapartida ao discurso que promove o inglês como língua global e globalizante, A língua inglesa na África ressalta a importância social e política das línguas africanas, sobretudo no contexto educacional dos países africanos ditos anglófonos. Para fundamentar seus argumentos, a autora reúne os mais importantes teóricos africanos que se debruçam sobre a questão lingüística no continente, tecendo, assim, um diálogo produtivo e questionador. Este é, por fim, um livro despretensioso e bem articulado: leitura essencial para aqueles que estudam a(s) África(s) no Brasil.