A história da geografia em países de passado colonial, foi, por muito tempo, contada a partir de um marco histórico que se confundia com o surgimento de instituições similares àquelas existentes na Europa e, logo, as narrativas historiográficas eram nomeadamente miméticas, subalternas e baseadas em um modo de conceber o processo de produção do conhecimento a partir deste espelho epistêmico do Norte. Ao colocar na ordem do dia, ainda que completamente encaixado na moldura do seu tempo, um personagem que não separava a ciência daquela época da política que se praticava naquele Brasil monárquico escravagista, se delineou uma proposta de método que buscava outra periodização e reconhecia a existência de diferentes formas de institucionalização científica e do conhecimento. A perspectiva deste livro, que foi laureado com menção honrosa pela Fundação Joaquim Nabuco no concurso Nelson Chaves de teses e dissertações nos idos de mil novecentos e noventa e sete, é revelar como os personagens só se explicam quando são postos no interior de suas relações, interesses e possibilidades.