O jovem Ernesto, criado por índios, trilha com o pai as cordilheiras, punas e planícies da paisagem andina e vivencia o choque cultural entre nativos e colonizadores no Peru.O signo do deslocamento que caracteriza esse romance de formação flui do espaço geográfico para o cultural. À deriva entre dois mundos, o do conquistador hispânico e o incaico ancestral, Ernesto cresce em viagens com o pai por paisagens andinas. Em seu processo, ele testemunha a aridez dos fazendeiros brancos e o silêncio e a altiva submissão dos índios colonos. No internato do vilarejo de Abancay, em que o pai o deixa antes de prosseguir viagem, Ernesto mergulha num torvelinho social complexo, confrontando-se com as diferentes mentalidades dos colegas, clérigos e serviçais, e se distancia dos anseios juvenis. Nesse deslocamento, quando vivencia um motim e o caos social causado pela peste, começa a identificar o caudal de forças naturais e sociais que presidirão sua visão de mundo.